O primeiro presidente do Brasil eleito por voto direto após as manifestações pelas “Diretas Já!” (1984) e a promulgação da nova Constituição (1988), foi Fernando Collor de Melo, no ano de 1990. Foi com Collor também que o povo brasileiro mostrou mais uma vez sua força e seu desejo pela moralização na política, quando jovens estudantes, os "caras pintadas" (conhecidos assim por pintarem os rostos com as cores da bandeira brasileira), capitaneados pela União Nacional dos Estudantes, saíram às ruas entre agosto e outubro de 1992, exigindo o impeachment do então presidente, acusado de envolvimento em esquemas de corrupção em parceria de seu sócio e tesoureiro de campanha eleitoral, o empresário Paulo César Farias, conforme denúncia do irmão Pedro Collor à revista Veja. A denúncia do irmão do então presidente, foi motivada por uma disputa entre ele e o empresário PC Farias (forma como ficou conhecido), que adquiriu o jornal Tribuna de Alagoas, visando montar uma rede de comunicação forte o bastante para eclipsar a Gazeta de Alagoas e as Organizações Arnon de Melo. Era a primeira vez que o povo brasileiro tinha contato com o termo impeachment, palavra do inglês que em tradução literal significa impugnação de mandato. Collor foi afastado da presidência pelo plenário da Câmara dos Deputados no dia 2 de outubro de 1992, após esta autorizar a abertura do processo de impeachment e renunciou ao cargo em 29 de dezembro do mesmo ano. Foi sucedido pelo então vice-presidente Itamar Franco. Mesmo renunciando, Collor teve seus direitos politicos cassados por 8 anos por determinação do Senado Federal, e só foi eleito novamente para cargo público em 2006, tomando posse como senador pelo estado de Alagoas, em 2007.