No início do século XIX viveu em Araxá uma figura popular com o nome de Filomena. De cor branca, era muito pobre e, se comparada aos dias atuais, seria considerada uma moradora de rua. Filomena era muito querida pela população que sempre a ajudava com roupas e comida. Infelizmente Filomena adoeceu e a população descobriu que ela estava com lepra. Na época, a doença era muito temida e todos acreditavam ser contagiosa. Por isso, Filomena foi afastada do convívio da cidade e poucas vezes foi vista novamente. Conta a história que alguns moradores de Araxá afeitos a costumes arcaicos e crendices antigas, enterraram Filomena viva, sob uma palhoça distante da cidade, deixando apenas sua cabeça de fora. Acreditavam que, com tal atitude estariam isolando Filomena e imunizando o resto da população da cidade contra a terrível doença. Raras vezes Filomena era alimentada e sua sede saciada por algum morador. Em um curto período, Filomena veio a falecer. Jogaram terra sobre sua cabeça e colocaram no local uma pequena cruz como referência onde estava enterrada. Alguns que conheciam Filomena, ao saberem do acontecido, começaram a acender velas e orar. Não tardou a surgirem as histórias de pedidos feitos e atendidos por Filomena. Logo a "romaria" ao local onde Filomena havia sido enterrada era tão grande que foi construída uma capela e um cruzeiro. Até hoje, o túmulo de Filomena é local de peregrinação para milhares de pessoas do Brasil e até do exterior. (TC)