Para muitos, as comemorações ao Divino Espírito Santo, limita-se apenas em cavalhadas, congadas, comidas e procissões. Na cidade de Anhembi, às margens do Rio Tietê, na região de Botucatu-SP, as comemorações ao Divino, estão fortemente ligadas ao rio Tietê. O evento fotografado neste 2013, completou seus 164 anos. Em Anhembi, as tradicionais bandeiras ostentadas pelos devotos, são representadas por remos, conduzidos pelos “Irmãos do Divino”. Apenas três bandeiras acompanham os cortejos. Há uma irmandade de aproximadamente 300 moços permanentes. Para se tornar um irmão e fazer parte do grupo, que leva o nome de “Irmandade do Divino”, a pessoa tem de seguir regras duras de bons costumes e condutas. Apenas 120 irmãos vestem suas fardas e viajam em penitência pelo rio Tietê. Estes homens, divididos em dois grupos de 60 irmãos, partem em dois batelões. Antigamente, utilizavam canoas feitas de árvores maciças. A Irmandade do Divino, tem como penitência, levar a bandeira do Divino às populações ribeirinhas e rezar terços durante nove dias de viagem. Também, arrecadam prendas para bancar os festejos do ano seguinte. É tradição a população e os devotos, participarem da procissão dos amortalhados, que consiste em deitar no chão e se enrolar em um lençol, como se fossem mortalhas, à espera que a “Irmandade” passe sobre seus corpos, com os remos e a bandeira do Espírito Santo. Ao passar em dupla sobre os amortalhados, um irmão diz: “Divino Espírito Santo” e o outro diz: “rogai por nós !”. Pela manhã, celebra-se uma missa e benze-se as fardas dos irmãos novatos. Só após o almoço e a reza do “terço dos homens”, é que o grupo parte em viagem pelo rio Tietê. Os agradecimentos e os pedidos da Irmandade, são sob forma de cantorias. Os instrumentos utilizados, são um violão, tocado por um adulto, um tambor, um triângulo e uma platinela tocados por meninos. Outras figuras tradicionais entre a Irmandade, são os “trabuqueiros”. Homens que portam trabucos, que dão salvas de tiros anunciando a chegada da “Irmandade do Espírito Santo” .
