ARQUIVO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

O tempero caipira e o encontro de bandeiras de Poloni

Por Toninho Cury

Vinte e um grupos de Santos Reis, encerraram neste Domingo, 3 de Fevereiro de 2013, na cidade de Poloni, micro região de Nhandeara, o primeiro ciclo de encontro de bandeiras e folias de reis deste ano. Agora, quem quiser compartilhar os festejos aos três reis do oriente, terá de esperar passar a Quaresma e a Páscoa. O silêncio das cantorias nesse período, é uma tradição milenar iniciada na Europa (Portugal, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Itália, etc.) e difundida no Brasil desde seu descobrimento. Depois disso, como falam os foliões, "o pau tora e as bandeiras balangam nas folias".

Várias cidades finalizaram seus festejos.  Foram fotografadas as festividades em Poloni, aceitando o convite enviado pela Sra. Sara Jane Noboa, assessora cultural daquela cidade, em decorrência  da visita do diretor cultural da “Abaçaí Cultura e Arte”, Toninho Macedo e do assessor de imprensa, Diego Dionísio.

A “Abaçaí” é uma organização ligada ao governo de São Paulo, que difunde a cultura e a tradição de nosso estado.

Seus diretores vieram ver de perto nossa “estrada boiadeira” conhecida como a via da “Guerra do Paraguay”. Foi também importante no desenvolvimento do interior paulista e outros estados, pois era a única via de acesso existente no século 18.

Voltando à festa, que teve como abertura, uma missa pela manhã, celebrada pelo padre Valdecir Desidério, da Igreja de Nossa Senhora do Sacramento, da Vila Maceno, de Rio Preto.

Já é tradição o padre Valdecir se deslocar todos os anos de Rio Preto até Poloni para celebrar essa missa.

A celebração eucarística foi realizada em uma tenda montada na praça em frente a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e de Santos Reis, os santos padroeiros.

Com todos os bancos tomados, havia gente de toda parte da região: Monte Aprazível, Nhandeara, Valentin Gentil, etc.. Só de Catanduva-SP, estavam presentes cinqüenta e uma pessoas.

Outra tradição registrada, foi a comida servida. Uma mistura bem à moda caipira. Carne cozida, macarrão e um arroz carreteiro com tempero bem tropeiro: lingüiça, toucinho, pimentão, tomate, azeitona e outras iguarias.

Ouvia-se através das caixas de som que cingiam a praça, além dos “vivas aos Santos Reis”, louvações a São Brás, que comemorava o seu dia. Prosseguia em tom animado, o padre Valdecir dizendo, “hoje é dia de São Brás, viva São Brás – onde vive nossa paz”. Assim, foi a missa cantada pela “Cia de Reis Estrela do Oriente”, orgulho da cidade, durou uma hora e vinte minutos.

A apresentação dos vinte e um grupos participantes, esteve a cargo do locutor Nhô Moço e foi transmitida ao vivo pela “Rádio Jornal de Nhandeara”.

Estiveram também prestigiando o evento, o artista plástico e membro da “Academia Rio-pretense de Letras e Cultura”, Jocelino Soares, profundo conhecedor de nossas raízes e o Sr. Edélcio Donizetti Martil, presidente da “Associação dos Reiseiros de Poloni”.