Grupo Apocalipse

UM HOMEM COM MUITOS TALENTOS


Além de ser um dos fotógrafos mais premiados do Brasil, Toninho Cury já emprestou seu talento para outras vertentes da arte. Músico autodidata, começou a tocar bateria em 1967 e no ano seguinte formou seu primeiro grupo musical, o “The Brazilian Stones”, com Iran Pereira (cantor), Laércio (guitarra) e Lúcio (contrabaixo). Em 1969, Toninho saiu do grupo para formar um outro, o “The Cat’s”, junto com Alceu Cecato, Valdomiro Lopes e Edson Crepaldi.
O “The Cat’s” animou muitas festas e bailes em São José do Rio Preto até 1970, tendo algumas reformulações, como a entrada de Pedro Gotardo, “o melhor tecladista que conheci”, na opinião de Toninho Cury.
O fim do “The Cat’s” aconteceu por problemas de estudos, pois os integrantes precisavam se dedicar mais à escola e seguir suas carreiras profissionais. Da aparelhagem do grupo sobrou uma câmara de eco, que Toninho Cury, que já era apaixonado por fotografia, trocou com os integrantes do “The Five Kings” (outro grupo famoso da época) por uma tumbadora e uma câmera fotográfica Yashica 6 x 6, uma máquina que tinha muitos recursos e que Toninho não sabia lidar direito. Quem o ajudou com a câmera na época, foi seu mestre de início de carreira, Brandão, do Foto Studio.

Grupo Apocalipse

Um dos mais conhecidos conjuntos musicais de São José do Rio Preto, o grupo "Apocalipse", foi fundado em 1971, tendo como líder Toninho Cury. A formação inicial contava com Vicente e Francisco (ex-integrantes do conjunto “Better Sweet’s”), além de Alceu Cecato e Mário Bertani. Esta formação se manteve até 1972, quando entraram Marquinhos (hoje dono do conjunto), Álvaro Cecato e Luís Camim, permanecendo juntos até 1974.
O grupo "Apocalipse" acompanhou quase todos os cantores de televisão da época áurea da MPB. O grupo trabalhava junto a uma empresa associada ao grupo Sílvio Santos, que produzia bailes na cidade da região e os contratava para acompanhar os artistas. Toninho enfatiza que os integrantes ensaiavam juntos todos os dias, uma média de seis horas. Ninguém sabia música, era tudo de ouvido, fruto do talento dos integrantes.
Em sua história, o grupo "Apocalipse" guarda importantes passagens na vida cultural da cidade. Foi a primeira banda a apresentar um concerto de rock em Rio Preto; participou da inauguração da TV Rio Preto - Canal 8; do aniversário da rádio Anchieta, juntamente com o conjunto Os Incríveis, no Palestra Esporte Clube; e do Programa Amaury Jr., ao vivo.
Além disso, percorreu várias cidades tocando em bailes e "brincadeiras dançantes" (mini bailes), nos anos 70.
Mesmo com todo o sucesso, cada um dos elementos que formava o conjunto seguiu uma carreira diferente, permanecendo apenas o Marquinhos (hoje dono da banda).

O compositor

Toninho Cury compôs em parceria, várias das canções interpretadas pelas bandas que integrou. O destaque especial fica por conta da canção “Castores” (1992) com letra de Toninho Cury e música de Rick Saulo, uma criação de uma fase mais recente de Toninho.
“Castores” fala sobre a tradição da procissão do Bom Jesus dos Castores, um dos temas acompanhado e fotografado por Toninho Cury para seu ensaio fotográfico sobre a fé.
Toninho colocou em forma de poemas tudo o que registrou da tradição dessa procissão e o resultado foi eternizado no CD Anonimato Brasil, produzido por Fernando Marques, pelo selo Tempo Livre (1996). Clique aqui para ouvir a canção na voz de Rick Saulo com viola de Enúbio Queiroz.
Toninho Cury participou também do conjunto "Contra-indicação" do Engenheiro Roberto de Carvalho Jr., guitarrista e compositor. Em parceria, compuseram a música "Mães de Maio", classificada no Festival da TV Cultura de São Paulo.

Clique no link abaixo e veja as fotos com a história do grupo "Apocalipse".

Grupo "Apocalipse"
(arquivo em pdf)