São Luiz do Paraitinga, a "pérola" do Vale do Paraíba, em São Paulo, agora é patrimônio histórico nacional.

Um lugar de grande cultura popular, cenário de diversos filmes do ator e cineasta Mazzaropi e berço de Elpídio dos Santos, compositor de grandes sucessos nos filmes do "maior caipira do Brasil"; terra do grupo "Paranga", honra e glória da melhor música regional; da Vó Nira, viúva de Elpídio dos Santos e que até hoje guarda com carinho as lembranças de um passado áureo.

O médico e sanitarista Osvaldo Cruz, pioneiro no estudo das moléstias tropicais, também é filho de São Luiz. Assim como Prof. Aziz Ab'Saber, geógrafo e professor universitário considerado referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas.

Terra da dna. Didi, uma mulher que dedica toda uma vida à Festa do Divino; do Monsenhor Tarcísio que, durante muitos anos foi o "porto seguro" da cidade; do fotógrafo "Chinica", profissional de grande dedicação e talento; Galvão Frade, músico, compositor, produtor musical e coordenador cultural; do Dr. Jairo, grande engenheiro; e de personagens como "João Paulino" e "Maria Angú", os bonecos gigantes que animam as festas e do já tradicional "Vaca Loca".

Uma terra de sabores especiais como o tempero o "Dorvo", no afogado preparado para a "Festa do Divino"; dos delíciosos pasteis de fubá; das tradicionais pizzas do "Pipoca", que, além de um grande "chef", mostra toda sua sensibilidade artística nos filmes que produz.

Se já não bastasse a riqueza humana do local, São Luiz do Paraitinga também é cenário da "Festa do Divino", um evento que movimenta milhares de pessoas e deixa a cidade com seus casarões ainda mais repletos de histórias.

Assim é São Luiz do Paraitinga, terra do Divino Espírito Santo, do artesanato popular, dos casarões seculares e de uma história que quase sucumbiu à força da natureza no primeiro dia de Janeiro de 2010, quando uma enchente devastadora arrasou a cidade e derrubou símbolos de sua grandeza.

A tragédia só não foi maior porque São Luiz abriga três operadoras de rafting que, na madrugada de 01 de Janeiro, colocaram seus botes infláveis e a vida de mais de cinquenta voluntários em risco para salvar crianças, idosos, portadores de necessidades especiais e todos aqueles que ficaram ilhados na parte baixa da cidade, dizimada pela força das águas. Os atletas do rafting, naquela noite, foram os herois de São Luiz.

Mas, mesmo depois de tamanha destruição, a cidade não se entregou e logo o povo iniciou a reconstrução de São Luiz. E, agora, para coroar a força do lugar, os conselheiros do  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), decidiram na manhã de 10/12/2010 que, São Luiz do Paraitinga é patrimônio histórico nacional. A decisão foi unanime e abrange o centro histórico da cidade e a preservação visual do entorno que tem montanhas da Serra do Mar. O Iphan planeja implantar a Casa do Patrimônio, em São Luiz, um centro de referência em preservação para todo o Vale do Paraíba.