Uma tradição quase em extinção está sendo resgatada na zona rural de Bom Jesus dos Perdões. É a arte em valorizar e manter carros de boi.
Condução trazida pelos portugueses desde o descobrimento do Brasil, foi alavanca principal para o desenvolvimento do país.
Foi utilizando como transporte os carros de boi, que os primeiros imigrantes desbravaram o interior. Até meados dos anos 1900, era comum ver no sertão brasileiro esse tipo de transporte.
Durante o “VI Encontro de Carreiros e Carros de Boi”, conheci a “Capela rural de São Gonçalo”, bem como, seu idealizador, o Sr. Paulo Ramos. Homem culto e devoto de São Gonçalo.
Do alto da Capela, carros de boi, carreiros de toda região e de outras serras longínquas, conduziram em procissão, as imagens de Nossa Senhora Aparecida, São Sebastião, São Benedito, São Gonçalo, Divino Espírito Santo, Santo Antonio e Nossa Senhora do Rosário, santos cultuados na região desde a época da escravidão, além de uma réplica do Cristo Redentor.
A procissão percorreu aproximadamente cinco quilômetros de chão batido até o Santuário de Bom Jesus dos Perdões. Mesmo com chuva, o cortejo encheu os olhos de todos presentes.
O ranger das rodas ecoando na serra, levava a imaginar o quanto era dura a vida dos carreiros em suas longas viagens.
Ao chegar no Santuário de Bom Jesus, uma sensação de fé, magia e nostalgia tomou o coração e o espírito de todos presentes.