A disputa por uma fatia diferenciada do mercado fotográfico no Brasil, nos anos 1970, fez com que o laboratório “Curt”, o concorrente na época mais forte da “Kodak” e “Fuji”, criasse uma “moda” do jeitinho brasileiro que foi um luxo: a “fototela”. Era uma foto comum, no tamanho a partir do 40x60 centímetros, com uma textura idêntica a uma tela de pintura à óleo. Durante meses, o laboratório faturou só no mercado. Depois, a “Kodak” e a “Fuji”, correram atrás do prejuízo. Primeiramente, adquiriram máquinas modernas de prensas fotográficas, posteriormente papéis texturizados, conseguindo ultrapassar o concorrente. Hoje, grande parte dos “minilabs” faz esse tipo de serviço. Coisa comum.
Em Mirassol, um respeitado e premiado fotógrafo chamado Arnaldo Scrivanti, autodidata e de técnica fotográfica ímpar, foi até uma pequena fábrica de colchões da cidade e conseguiu com uma prensa de tecidos, obter o mesmo resultado do laboratório “Curt”. Começou a vender suas “fototelas” por um preço baixíssimo. E o mais interessante, até melhor. Revelava as fotos e depois as prensava na máquina colocando em seu dorso um tecido texturizado. Depois de pronta, passava um verniz especial. Virava uma “obra de arte”.
Eu ia constantemente à Mirassol para consultar o Sr. Arnaldo sobre químicas fotográficas e ficava admirando suas “invenções”. Entre elas, as “fototelas”. Eram fantásticas !
Se fosse hoje, chamaríamos de “clonagem” ? Nada disso, invenção própria e até lavável.
A foto publicada é minha. Fiz na Basílica de Rio Preto com um ipê em primeiro plano. É idêntica às “fototelas” dos anos 70.