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A obra que "morreu" com Myro Entrhal, seu criador

Publicado quinta-feira, 14 de maio de 2015

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Em 1982, quando assumiu a Prefeitura de Rio Preto, SP, o então vice prefeito, Roberto Lopes de Souza, responsável pelo desenvolvimento do “Parque da Represa”, resolveu contratar o escultor amazonense, Myro Rennie Entrhal, para que fizesse, na “Praça Cívica”, uma escultura que retratasse o povo rio-pretense.

Passado alguns dias, o artista apresentou o projeto denominado “Raízes de Um Povo”. Roberto Lopes deu ok e a obra foi feita.

Myro utilizou jornais, arames e cimento. Segundo o artista, “tudo feito com material reciclável”.

Concluída, a obra de arte gerou protestos pela maioria da população, artistas e intelectuais. Todos a classificavam como “uma aberração”.

Desprezada, passou a ser destruída por vândalos. Seus braços foram arrancados. Suas correntes, roubadas. Enfim, virou uma "sucata" a céu aberto.

Mesmo com os ataques, a obra permaneceu de pé. Isto porque, Myro virou literalmente, um verdadeiro “guardião” de sua cria. Retocou-a diversas vezes, pagando o material empregado com dinheiro de seu próprio bolso.

Mas, no dia 23 de Agosto de 1996, a prefeitura dá um fim à polêmica. Envia para o local, sem aviso algum, tratores, máquinas e caminhões e em poucos minutos tudo é destruído e limpo.

Nesse mesmo dia, Myro Entrhal sofre um infarto e morre.

A foto postada, fiz durante um passeio ciclístico para a família, na “Praça Cívica”.

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