Publicado segunda-feira, 13 de julho de 2015
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Se as “obras anti-enchentes” na Avenida Bady Bassitt, em Rio Preto, SP, estão estressando os motoristas, para o fotógrafo que pensa positivo, não.
Quando saio à caça de imagens penso que onde existe o “feio”, existe “escondido” o bonito e vice-versa.
Quem passa pelas obras nas proximidades do viaduto da rodovia Washington Luis, na Av. Bady Bassitt, se depara com um visual “horrível”: máquinas amoitadas, graxa e óleo grudados no asfalto, terra, lama, blocos de concreto, sujeira, etc. Local difícil de conseguir boas fotos.
Eu, familiarizado com o visual do pedaço, parti em busca do novo, do diferente, de algo aproveitável, como um desafio. Peguei minha bike e uma câmera compacta no feriado paulista de 9 de Julho e “mãos à obra”.
No início, foi meio complicado. Tive que pular dois blocos de concreto e coragem em passar por um lugar ermo, onde não havia ninguém, apenas alguns tições queimando, abandonados por moradores de rua.
Abaixo, descrevo o que vi e uma leitura técnica do resultado obtido:
1º: Os tapumes de zinco, formam uma perspectiva levando nosso olhar a um ponto de fuga, tipo “túnel do tempo”, com uma luz incrível.
2º: Os meios tons conseguidos através dos reflexos vindos do zinco, iluminam o teto, quebrando um pouco da escuridão (obs. atrás dos tapumes, havia alguns jogados ao chão que funcionaram como “refletores”).
3º: A textura horizontal do chão contrapõe pela vertical do zinco. Ambos iluminados pela luz rebatida, vinda do espaço que separa os dois viadutos.
4º: Finalizando, os canos da parte de cima do viaduto, formam uma linha diagonal que só consegui, subindo uns dois metros sobre a borda de concreto, onde curvei a câmera em uma diagonal de aproximadamente 10 graus, evitando que os três pilares dividissem a foto ao meio.
5º: Devido a luz dura no branco, as linhas, os meios tons e a composição dramática, optei pelo preto e branco, pois são ingredientes fundamentais para tal.
Espero que gostem.