Publicado segunda-feira, 28 de setembro de 2015
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Texto e foto: Toninho Cury
Primavera de 2015
“Nasci, “Schizolobium parahyba”. Mas podem me chamar de “Guapuruvu”. Afinal, “eita” nome difícil de se pronunciar !
Quiseram me matar ! mas sou forte e imponente.
Tenho muitos amigos e carrego muita energia de meus ancestrais.
Debaixo de minha sombra, fiz o maior “rebu”, uma revolução !
Saí nos jornais, nas tevês e nas rádios. Pudera, por mais de 100 anos, sou testemunha principal deste local !
Além de belo, sou historiador e contador de causos.
Sob meu pé, abriguei muita gente importante.
Presenciei fatos que marcaram a história desta cidade.
Sobrevivi a tempestades, raios, calor, frio, geada, ventos, enchentes, sem falar da poluição, coisa moderna e nociva. Sou forte, resisti a tudo !
Quiseram me matar ! mas, estou presente olhando tudo por cima, graças aos amigos, que advogaram por mim e me livraram da “pena de morte”.
Durante toda minha vida, sob minha sombra, abracei muitas causas importantes.
Hoje, tive o retorno e o reconhecimento. Bastou um abraço dos amigos em volta de meu tronco e pronto, estou vivo !
Continuo aqui de cima testemunhando tudo, de frente, pra cima, de costas e dos lados.
Estão construindo um edifício juntinho à mim. Com certeza, isso aumentará meu número de amigos e admiradores.
Será uma nova fase de minha vida, ver as pessoas do mesmo plano de minha copa.
Caro fotógrafo, mesmo com a porta do fundo fechada, continuo sorrindo e florescendo para suas lentes.
O muro ? Não é problema, faz parte do enquadramento !
A porta ? por favor, coloque-a na linha de meu pé !
Nenhuma tranca, moto-serra ou “tordons” da vida inibirão minha presença.
Quiseram me matar ! mas estou firme e forte para foto.
Por favor, jogue a foto na “rede” como minhas sementes que alentam a natureza ao soprar dos ventos, levando minha genética nos quatro cantos do planeta.
Quiseram me matar !
Estou vivo, eis minha foto !
Um abraço, volte sempre !”.