Publicado terça-feira, 28 de dezembro de 2010
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Sempre lembraremos de políticos que muito fizeram por nossa região. Foram inúmeros governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores.
Independentemente de partidos, o que interessa, é o quanto trabalharam para Rio Preto e toda nossa macro região. Adhemar de Barros, Jânio Quadros, Carvalho Pinto, Laudo Natel, Roberto Sodré e muitos outros, de forma direta ou indireta, ajudaram a desenvolver a até então considerada “boca do sertão”.
Uma figura recente na história do desenvolvimento das estradas paulistas, foi a de Orestes Quércia, quando governou São Paulo, no período de 1986 à 1990.
Não vou entrar no mérito do seu governo, pois não sou analista político e muito menos partidário. Apenas relatarei fatos vivenciados por mim, na qualidade de rio-pretense e fotodocumentarista.
Quando em campanha para o governo, em 1985, Quércia prometera em palanque, a duplicação da rodovia Washington Luís. Na época, a pista dupla, como era chamada, começava em Matão, bifurcando até a Anhanguera que nos levava até São Paulo. Portanto, a viagem de Rio Preto até São Paulo, tinha apenas uma pista até Matão. Era, na época, o que é hoje, a fatídica BR 153, “rodovia da morte”. Muito movimento, péssimo asfalto e muitos acidentes.
Havia na Washington Luís, o “funil da morte”. Ficava na ponte do Córrego dos Macacos, onde hoje é aquela ponte do retorno para ir até o “Carrefour”, nas proximidades da Vila Toninho.
Promessa assumida, promessa cumprida. Coisa rara em políticos atuais. Com isso, foram poupadas muitas vidas. Por isso, a importância em divulgar neste blog.
Existia outra “rodovia da morte”, a Dom Pedro, que liga Campinas à Dutra. Também pista única e com agravantes: vários trechos de serra. Morriam mais pessoas. Quércia, em Campinas, onde já havia sido prefeito, fez a mesma promessa. Cumpriu-a à risca. Hoje, é considerada juntamente com a nossa Washington Luís e Bandeirantes, uma das mais seguras rodovias do país.
As “proezas” de seu governo, geraram dívidas e “rombos” enormes ao seu sucessor Luis Antonio Fleury Filho, que governou com muitas dificuldades nos dois primeiros anos de mandato.
Em 1998, novamente candidato ao governo de São Paulo, Quércia voltaem um comício na Praça Dom José Marcondes e tira da pasta um documento cartorial onde constava, entre outras “pequenas” promessas, o compromisso em assumir junto ao Governo Federal a tutela da BR 153 em todo trecho dentro do Estado, tomando para si a responsabilidade em duplica-la com recursos próprios como fez na Washington e Dom Pedro. Desta vez, Quércia não se elegeu.
Mesmo fora do poder, Quércia era muito querido e respeitado por políticos rio-pretenses. Sempre foi bem recebido por Manoel Antunes, Toninho Figueiredo, Edinho Araújo, Vergílio Dalla Pria, Dourival Lemes, Otacílio de Almeida, Aloísio Mendonça Costa, Oscar Dória, José Eduardo Rodrigues e muitos outros que começaram a carreira política no antigo “MDB”, na época, mais conhecido como "manda brasa".
A última grande "ajuda" à cidade e região e entrará na história da política nacional, foi a retirada de sua candidatura ao Senado, devido ao seu estado de saúde, apoiando o rio-pretense Aloysio Nunes Ferreira Filho, até então em terceiro lugar nas pesquisas. Com o apoio do "cacique", Aloysio se elegeu em primeiro lugar.
Fica aqui registrada a imagem do ex-prefeito de Rio Preto Manoel Antunes e Orestes Quércia, que mesmo em partidos opostos, eram bons e velhos amigos.
Toninho Cury