Publicado sexta-feira, 7 de outubro de 2011
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No ano de 1978, épocas difíceis ditas como anos de chumbo, tudo era proibido pelos militares.
A KODAK brasileira havia importado lotes do filme Ektachrome Infrared (película em slide infra vermelho). Este filme tornou-se um “risco” para a segurança do país devido a construção da usina de energia nuclear Angra 1. Ainda em teste, a única forma em detectar vazamentos na usina, era através de fotografia feita com infra vermelho, daí a proibição do filme.
Como havia um lote do filme em meu poder, saí a procura de imagens da cidade para fotografar em infra vermelho.
Era necessário, na época, várias técnicas específicas para fotografar em infra vermelho.
A primeira, era em relação ao foco. No anel das câmeras, havia um pequeno ponto amarelo que servia como correção do foco. Exemplificando, após ter dado o foco na cena, girava-se o anel alguns milímetros à esquerda e o foco era perfeito.
Outra coisa interessante, era o uso de um filtro amarelo, de graduação dois, na frente da objetiva, para dar correção à temperatura da cor em relação ao espectro captado pelo filme.
No caso de paisagens, o resultado era sempre escuro, como se fosse um contraluz.
O filme infra vermelho foi muito útil para nós. Detectava tumores de pele meses antes de aparecer. Na época, o grande pesadelo dos cafeicultores, era a ferrugem. O filme detectava a praga bem antes de aflorar. Assim, o agricultor já entrava com o defensivo certo, na hora certa, não tendo prejuízo algum.
Hoje, com a tecnologia digital, já existe equipamento infra vermelho que elimina o filme.
Finalizando, o filme da KODAK, era revelado pelo mesmo processo de revelação do slide comum, isto é, processo E6.
Toninho Cury